quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

A arte suave



Resolvi falar um pouco sobre Jiu Jitsu, essa arte marcial tão disseminada em territórios brasileiros. Não é o esporte mais popular culturalmente no Brasil, mas já está enraizado no meio esportivo nacional. Hoje em dia a grande maioria da população já conhece a luta, mas ainda há muito pré-conceito e desconhecimento verdadeiramente o que é em si os ensinamentos que essa arte marcial proporciona.

Jiu Jitsu é muito mais do que estrangulamentos, chaves de braço e imobilização, é muito mais do que as brincadeiras de algumas pessoas leigas de que não passa de "homem esfregando em homem".

Jiu jitsu é mágico pelo detalhe, a perfeição de que uma mão em um lugar errado você perde uma luta, uma pegada frouxa e você perde o movimento. Cada centímetro do seu corpo é útil e importante. Por isso carinhosamente é apelidado de Xadrex de corpo.

Jiu jitsu é persistência, treinamento exaustivo e repetitivo que leva a perfeição do movimento, perfeição na qual faz com que você execute aquele movimento no piloto automático.

Jiu Jitsu é "time", saber o momento certo de reverter uma posição. Momento certo de ficar parado, de atacar e de se defender. Sentir a oportunidade.

Jiu jitsu é alavanca, utilizar o peso do adversário para executar um movimento, saber onde empregar sua força e no momento certo pra não esperdiçar energia disputando "no braço" com seu adversário. Saber utilizar da reação do seu adversário em seu benefício.

Jiu jitsu é equilíbrio, estabilidade e precisão para não perder as posições.

E o fantástico está em fazer analogia na vida com esses "adjetivos" proporcionados pelo aprendizado deste esporte.

Você aprende que os detalhes são importantes, como uma decisão mesmo que aparentemente pequena pode acarretar grandes mudanças.

Aprende que no jiu jitsu como na vida temos que nos balizar muito mais na transpiração do que na inspiração e essa transpiração vem da persistência e garra para alcançar seus objetivos.

Aprende que tem hora pra tudo, que saber esperar a hora certo é um dom. Saber o momento certo de agir pode ser o ponto chave para o sucesso isso com relação a qualquer aspecto.

Aprende que não adianta ficar batendo cabeça com um problema e sim buscar uma melhor solução e quem sabe usar o problema em benefício próprio.

E a base de tudo, você vê a vida com uma perspectiva diferente, uma perspectiva de serenidade, equilíbrio e tenta dar mais tranquilidade ao seu dia a dia.

Por isso esse esporte não é só um esporte qualquer, não é uma luta qualquer, é muito mais que tudo isso. É desenvolvimento de caráter, é desenvolvimento de visão de mundo, é desenvolvimento de um sentimento por algo que realmente acrescenta valores a sua vida.

Como li uma vez uma frase do grande Mestre Carlos Gracie no jiu jitsu aprendemos a ser tão forte que nada possa perturbar a paz da tua mente.




quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Marvel / Netflix

A formula da parceria Marvel / Netflix tem feito sucesso e na minha opinião a regra até agora foi utilizar temas polêmicos atrelados a muita ação, cenas bem feitas e histórias quadrinistas.

Até o momento deste post as séries que estrearam na Netflix foram, as duas temporadas de Demolidor, Jessica Jones e Luke Cage.

O que essas três excelentes séries tem em comum? Para mim suas temáticas polêmicas, até de certa forma com um tom de vitimismo. Demolidor "o religioso", Jessica Jones "a feminista" e Luke Cage " o negro".


1º Temporada: Apresentação de um personagem que vive em conflito interno de seguir suas primícias religiosas e ao mesmo tempo lutar contra o crime. Prender os bandidos sem matar, sem ferir os mandamentos religiosos. O protagonista a todo instante tem que se consultar com seu líder religioso para achar um caminhos que seja pra ele, sua salvação espiritual. A felicidade no enredo é que o personagem com esta característica tem como "poder" não enxergar com os olhos e ver o mundo de outra forma, o que pra mim soa bastante com a fé em si.
2º Temporada: Surge o Justiceiro, que insere o problema de fazer vingança com as próprias mãos. O homem que não tem medo de matar ninguém desde que ele acredite que a pessoa mereça este fim.



O poder de Jessica Jones é super força e seu antagonista é convencer as pessoas a fazer as coisas apenas com sua fala. Daí já tem a oportunidade de mostrar que mesmo uma mulher com muita força é subjugada a um homem. Através disso a série toda é tendenciosa em mostrar o poder das mulheres em situações adversas, no trabalho, na vida conjugal e até mesmo quando entram em perigo. O feminismo imposto na série denota com clareza uma faceta que a sociedade quer impor de sexo frágil e a sacada do enredo de usar essa temática logo com uma protagonista que esbanja poder e independência foi fantástico.



Luke Cage faz o típico Black Power, não estou falando do cabelo, mas o seriado exalta o tempo todo do poder da pele negra, da comunidade negra, dos políticos negros e da aversão que existe ainda em algum lugares e pessoas.

Tudo nos episódios excelentemente bem feitos deste seriado envolvem a tônica da descriminação racial, os políticos, a polícia, os bandidos, os trabalhos e até a trilha sonora fala muito disso, fala da importância da cor da pele pra eles, da necessidade de provar o tempo todo e de ser 10 vezes melhor porque a cor da pele é diferente.


Ainda teremos o seriado do Punho de Ferro, não sei ainda qual temática será a dele, pela levada destes três aposto que será mais polêmicas, regado de ação e ótimas cenas. Depois teremos uma temporada inteira com a união destes quatro personagens o que gera mais curiosidade em mim em como será a abordagem disso tudo.

Enfim, a parceria Marvel / Netflix está dando muito certo, proporcionando um ótimo entretenimento para todos os gostos e de muita qualidade.





sábado, 24 de setembro de 2016

The Night of


Uma série sobre aparências. O poder e o impacto que as aparências tem na sociedade e os efeitos e pré julgamentos que recorre a este fator.

A série trata de um rapaz paquistanês, meio deslocado na sociedade, de família tradicional, humilde e trabalhadora, que se mete em uma confusão que termina em assassinato e ao longo dos episódios a trama se desenvolve no julgamento deste jovem.

Apesar do papel principal ser do Riz Ahmed, o destaque na minha opinião é do famoso e talentoso ator que ficou conhecido pela franquia de Transformers, John Turturro. Interpretando um advogado com problemas de uma doença que deixa a aparência dele remetendo a um leproso e a série deixa claro que para um advogado isso é retratado como crucial para a carreira e também para um melhor relacionamento na sociedade.

John Turturro faz muito mais do que um advogado doente, ele tem fama de ter como clientes, viciados e prostitutas e um certo tipo de escória da sociedade e o que ele faz quando os representa? Acordos, sua especialidade é fazer acordos já que são todos culpados qualquer acordo cai bem. E assim ele segue sua vida, sua carreira, se acostumando com as sobras, vivendo com seu pessimismo e se dedicando a fazer o famoso advogado de porta de cadeia, até encontrar o personagem vivido por Riz Ahmed. Ele vê a possibilidade de mais um trabalho fácil, porém vai se apegando ao caso e já que Nasir Khan não aceita fazer acordo pois se considera inocente mesmo com todas as provas indo de encontro a isso, o advogado tem que sair fora da sua casinha e viver o drama de um advogado de verdade enfrentando um julgamento e investigando os fatos para provar o que no final acaba demonstrando que acreditava, na inocência do seu cliente.

A transformação do personagem principal "Nas" (Nasir Khan) enquanto está na cadeia é evidente, como diz o advogado "ele perdeu muito coisa naquela noite", e é disso que ele falava, ao ficar preso aguardando a sentença Nas teve que se transformar num prisioneiro de verdade, viver situações que na sua vida não imagina, teve que aprender a se relacionar com pessoas que vivem aquela situação ali desde que se entendem por gente, teve que conviver com assassinos, ladrões, traficantes e num ambiente hostil, onde quem se demonstra frágil tende a sofrer mais.


Sem dar spoiler, há uma cena especifica que pra mim deixa explicito tudo que a série quis dizer durante todo o tempo. No final do julgamento, que não direi como foi a advogada de acusação que com uma performance fantástica, coloca seus sapatos de salto sobre a mesa, calça seu tênis e vai embora do tribunal, sua expressão corporal demonstra que seu trabalho acabou e ela poderia sair do papel. E é isso que ficou pra mim, como temos que ter um papel para as situações na nossa vida, para ditar como será nossas carreiras.

Quanto a série vale muito a pena assistir, se entreter com a interpretação dos ótimos atores, acompanhar toda a investigação e julgamento que acaba te prendendo através do suspense das possibilidades que aquilo tudo pode caminhar.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Esquadrão Suicida





Esquadrão Suicida com trailers sensacionais, ideias inovadoras e elenco foda. Apesar de estar empolgado com o filme desde o início da comercialização demorei pra ir ver e mesmo assim quero falar um pouco minha opinião sobre ele.

A frase que me inspira quando penso nesse filme é: "Não crie expectativas para não se frustrar". O filme não é horrível, lógico que não e vou falar os pontos que achei legal dele, mas a expectativa que criei estava muito superior ao produto entregue.

Claro que a trilha sonora foi sensacional, clássicos e mais clássicos me empolgaram na sala de cinema, Eminem encaixou no filme maestralmente, assim como Quenn e Rolling Stones (que já haviam aparecido nos trailers). É Guardiões da Galaxia fazendo escola na concorrência.

Também não tem como não ter gostado dos personagens do Pistoleiro, Arlequina, Amanda Waller, Rick Flag e El Diablo. Pistoleiro e Arlequina roubam a cena dos "vilões" com interpretações convincentes e engraçadinhas. Amanda Waller e Rick Flag conseguem demonstrar tudo a que vieram no enrendo e El Diablo era o típico gangster mexicano com conflitos internos, me lembrou até um pouco Nero Padilha de Sons of Anarchy.

Ainda tiveram 2 personagens que eu pensei que teriam tudo pra ser legais e entrar na lista de cima, mas não foram aproveitados, Crocodilo e Capitão Bumerangue. Ambos são alívios cômicos, o Bumerangue mostrou pouquíssimo o motivo de estar naquele grupo, não mostrou quase nada de suas habilidades, Crocodilo até mostrou suas habilidades mas não sua personalidade.

Mas nada mais frustrante pra mim que o Coringa. O que fizeram com o maior vilão de todos os tempos? Nossa pra mim Coringa tinha que ser intimidador ao mesmo tempo que é engraçadinho, tinha que ser implacável e ao mesmo tempo sarcástico, tinha que ser excêntrico e ao mesmo tempo cruel. A única personalidade que percebi nele neste filme foi RIDÍCULO. Claro que tem o negócio que fizeram muitos cortes de cenas dele que talvez dariam outro sentido ao personagem... mas os cortes estão lá e no filme como ficou ele pareceu apenas apaixonado, forçado e vacilão mesmo.

Outra coisa que queria relatar rapidinho é a "vilã" do filme, Magia e seu irmão. Até agora nem entendi o sentido daquilo e do raio azul pro céu tão clichê que gostaria de esquecer. Da Magia o que salvou e salvou de mais foi a transformação dela que era muito bem feita.

Enfim, achei o filme legal, menor que minha expectativa, mas foi OK. Como diria o Érick Jacquin faltou um pouco de "tompero".







quinta-feira, 14 de abril de 2016

Batman vs Superman - A origem da justiça



Pontos negativos e positivos sobre o filme.

Pontos Positivos

  • As atuações de Ben Affleck, Henry Cavill, Gal Gadot e Jesse Eisenberg. Ben Affleck fez um Bruce Wayne mais mau com requintes de crueldade, sisudo e de pouca conversa fiada. Henry Cavill interpreta o herói mais chato do planeta mas ele faz bem o papel, deixa tão evidente o tanto que o Clark Kent é um cara extremamente certinho. Gal Gadot simplesmente fantástica. Jesse Eisenberg interpreta um Lex Luthor totalmente diferente do que já vimos mas ainda assim faz isso bem e deixa o personagem mais divertido.
  • O enredo que envolve o Lex é muito interessante, suas falas são o tom do filme. Sagaz, inteligente e divertido é o que está sempre implícito em suas palavras. 
  • Um Alfred mais participativo, geralmente nos filmes do Batman víamos um Alfred velho e moribundo que pouco ajudava de fato as aventuras do herói, mas neste não, neste filme Alfred era um mordomo, um assistente, um estrategista, piloto de drone e quase um Robin.
  • O apocalipse pra mim foi um ponto positivo, não a trama que envolve ele e como ele foi concebido, mas o personagem em si e o terror que ele causa.
Pontos Negativos
  • A construção do embate entre Batman e Superman, foi vazia, fraca e sem graça. Na minha opinião o filme nem deveria chamar Batman vs Superman, melhor se fosse só A origem da justiça.
  •  As cenas de ação. Nossa, eu cheguei a odiar as cenas de ação do Batman, parecia tudo tão irreal, movimentos tão falso. Em diversos momentos das lutas você via os caras lutando e o outro fica parado pra apanhar. Tirando que o próprio embate entre os dois protagonistas quase não existe.
  • Louis Lane, personagem fraca e sem graça. Não sei se foi o papel que foi mal construído ou a atriz que não estava bem. Acho que um pouco dos dois.
  • A apresentação dos personagens que compõe a Liga da Justiça, mostra de uma forma tão chula. Poderiam ter gastando um pouquinho mais de grana e terem feito uma cena melhorzinha para o Flash, o Aquaman e o Cyborg.
Bom em termos gerais, esse filme deve ser assistido pois é um marco pra quem gosta do gênero de super heróis, mas de verdade deixou muito a desejar. A DC ainda vai ter que trabalhar muito pra alcançar o patamar que a Marvel está. De todo jeito Esquadrão Suicida vem ai e esse sim parece que vai ser foda.