sábado, 24 de setembro de 2016

The Night of


Uma série sobre aparências. O poder e o impacto que as aparências tem na sociedade e os efeitos e pré julgamentos que recorre a este fator.

A série trata de um rapaz paquistanês, meio deslocado na sociedade, de família tradicional, humilde e trabalhadora, que se mete em uma confusão que termina em assassinato e ao longo dos episódios a trama se desenvolve no julgamento deste jovem.

Apesar do papel principal ser do Riz Ahmed, o destaque na minha opinião é do famoso e talentoso ator que ficou conhecido pela franquia de Transformers, John Turturro. Interpretando um advogado com problemas de uma doença que deixa a aparência dele remetendo a um leproso e a série deixa claro que para um advogado isso é retratado como crucial para a carreira e também para um melhor relacionamento na sociedade.

John Turturro faz muito mais do que um advogado doente, ele tem fama de ter como clientes, viciados e prostitutas e um certo tipo de escória da sociedade e o que ele faz quando os representa? Acordos, sua especialidade é fazer acordos já que são todos culpados qualquer acordo cai bem. E assim ele segue sua vida, sua carreira, se acostumando com as sobras, vivendo com seu pessimismo e se dedicando a fazer o famoso advogado de porta de cadeia, até encontrar o personagem vivido por Riz Ahmed. Ele vê a possibilidade de mais um trabalho fácil, porém vai se apegando ao caso e já que Nasir Khan não aceita fazer acordo pois se considera inocente mesmo com todas as provas indo de encontro a isso, o advogado tem que sair fora da sua casinha e viver o drama de um advogado de verdade enfrentando um julgamento e investigando os fatos para provar o que no final acaba demonstrando que acreditava, na inocência do seu cliente.

A transformação do personagem principal "Nas" (Nasir Khan) enquanto está na cadeia é evidente, como diz o advogado "ele perdeu muito coisa naquela noite", e é disso que ele falava, ao ficar preso aguardando a sentença Nas teve que se transformar num prisioneiro de verdade, viver situações que na sua vida não imagina, teve que aprender a se relacionar com pessoas que vivem aquela situação ali desde que se entendem por gente, teve que conviver com assassinos, ladrões, traficantes e num ambiente hostil, onde quem se demonstra frágil tende a sofrer mais.


Sem dar spoiler, há uma cena especifica que pra mim deixa explicito tudo que a série quis dizer durante todo o tempo. No final do julgamento, que não direi como foi a advogada de acusação que com uma performance fantástica, coloca seus sapatos de salto sobre a mesa, calça seu tênis e vai embora do tribunal, sua expressão corporal demonstra que seu trabalho acabou e ela poderia sair do papel. E é isso que ficou pra mim, como temos que ter um papel para as situações na nossa vida, para ditar como será nossas carreiras.

Quanto a série vale muito a pena assistir, se entreter com a interpretação dos ótimos atores, acompanhar toda a investigação e julgamento que acaba te prendendo através do suspense das possibilidades que aquilo tudo pode caminhar.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Esquadrão Suicida





Esquadrão Suicida com trailers sensacionais, ideias inovadoras e elenco foda. Apesar de estar empolgado com o filme desde o início da comercialização demorei pra ir ver e mesmo assim quero falar um pouco minha opinião sobre ele.

A frase que me inspira quando penso nesse filme é: "Não crie expectativas para não se frustrar". O filme não é horrível, lógico que não e vou falar os pontos que achei legal dele, mas a expectativa que criei estava muito superior ao produto entregue.

Claro que a trilha sonora foi sensacional, clássicos e mais clássicos me empolgaram na sala de cinema, Eminem encaixou no filme maestralmente, assim como Quenn e Rolling Stones (que já haviam aparecido nos trailers). É Guardiões da Galaxia fazendo escola na concorrência.

Também não tem como não ter gostado dos personagens do Pistoleiro, Arlequina, Amanda Waller, Rick Flag e El Diablo. Pistoleiro e Arlequina roubam a cena dos "vilões" com interpretações convincentes e engraçadinhas. Amanda Waller e Rick Flag conseguem demonstrar tudo a que vieram no enrendo e El Diablo era o típico gangster mexicano com conflitos internos, me lembrou até um pouco Nero Padilha de Sons of Anarchy.

Ainda tiveram 2 personagens que eu pensei que teriam tudo pra ser legais e entrar na lista de cima, mas não foram aproveitados, Crocodilo e Capitão Bumerangue. Ambos são alívios cômicos, o Bumerangue mostrou pouquíssimo o motivo de estar naquele grupo, não mostrou quase nada de suas habilidades, Crocodilo até mostrou suas habilidades mas não sua personalidade.

Mas nada mais frustrante pra mim que o Coringa. O que fizeram com o maior vilão de todos os tempos? Nossa pra mim Coringa tinha que ser intimidador ao mesmo tempo que é engraçadinho, tinha que ser implacável e ao mesmo tempo sarcástico, tinha que ser excêntrico e ao mesmo tempo cruel. A única personalidade que percebi nele neste filme foi RIDÍCULO. Claro que tem o negócio que fizeram muitos cortes de cenas dele que talvez dariam outro sentido ao personagem... mas os cortes estão lá e no filme como ficou ele pareceu apenas apaixonado, forçado e vacilão mesmo.

Outra coisa que queria relatar rapidinho é a "vilã" do filme, Magia e seu irmão. Até agora nem entendi o sentido daquilo e do raio azul pro céu tão clichê que gostaria de esquecer. Da Magia o que salvou e salvou de mais foi a transformação dela que era muito bem feita.

Enfim, achei o filme legal, menor que minha expectativa, mas foi OK. Como diria o Érick Jacquin faltou um pouco de "tompero".