sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Móveis Coloniais de Acaju - De lá até aqui


A banda Móveis Coloniais de Acaju lançou um novo cd, chamado De lá até aqui. Quem não conhece essa banda de ska e rock e gosta de boa música sugiro que ouça, pra quem conhece fiz uma análise deste novo cd que por sinal gostei bastante, tiveram algumas boas músicas e segundo os próprios integrantes do grupo "está mais rock do que nunca, com referências que vão de Soul a baladas beatlemaníacas".

Segue uma breve análise por música:

Sede de Chuva - A música que abre o cd começa com o trecho "sempre foi e assim será, minha sina é esperar o dia em que você irá voltar", e neste sentido ela transcorre, trazendo uma alusão que achei muito bem sacada onde aparentemente se fala de um carinho e saudade pela "chuva" mas que também pode ser interpretado como se falasse de uma pessoa. O som também ficou legal, onde acho que o marcante como característica da banda foram os instrumentos de sopro. A melodia é a típica música que é gostosa de ficar cantarolando.

Vejo em Teu Olhar - Na minha opinião uma das melhores do disco. É perceptível o uso maior da guitarra e uma interpretação do vocalista André Gonzáles fantástica, fazendo o que ele faz muito bem, mudando de tom durante a canção. Na letra percebemos que a música fala de amor e admiração por uma pessoa utilizando algumas comparações com diversos fatos naturais, como quando ele diz: "...vejo em teu olhar um amanhecer mais claro...". Resumindo achei uma música muito boa e com uma letra inteligente mesmo falando de um assunto clichê.

Sem Fim - Estilo um clássico rock dos anos 70, utilizando uma pegada meio que de blues. Impressão que tem um solinho de guitarra ao fundo quase que integralmente, um enfeite que deu uma maquiada na música legal.


Longe é um lugar - Outra música que gostei muito. Na minha opinião é a música mais alegre do disco, fico com a impressão que o vocalista canta com um sorriso no rosto o tempo todo e até mesmo a letra remete a se divertir, "chama a vizinhança, tem foguete no céu, traz de volta a esperança esqueça o aluguel, rasga o papel, hoje só amanhã". 


Saionara - Música cantada de forma rápida, divertida, aquelas que você cantando até perde o folego se não souber respirar corretamente... rsrs. Fala sobre despedida de um relacionamento que aparentemente não estava dando certo. 

Amanhã acorda cedo - Uma música com uma melodia muito gostosa, daquelas que você acaba se movendo ao ouvir, batendo o pé, movendo os dedos ou balançando a cabeça. A letra me causou um certo sentimento de "hakuna matata", liberdade, curtir a vida, se divertir acima de qualquer coisa. Resumindo outra música top deste ótimo disco.


Beijo seu - Música num ritmo mais lento. André Gonzáles canta em um tom mais grave, meio até melancólico. A letra me passou a ideia que fala de uma provável aliança entre um casal mas que ainda não saiu dos planejamentos e desejos.

Amor é tradução - Me lembrou Frejat cantando, rsrs, a letra fala sobre uma canção em uma língua que o ouvinte desconhece, porém mesmo assim ele se emociona com ela e te proporciona um sofrimento por lembranças de relacionamentos passados.

Melodrama - O baixo dessa música me impressionou, está imponente. A guitarra faz um solo de introdução interessante depois conduz a música numa batida constante que ficou divertida e deixou a melodia rapidinha.  


De lá até aqui - A música que deu nome ao disco começa com uma introdução já envolvente que te instiga a ouvir o que virá, e quando André começa a cantar o contentamento pela sonoplastia apresentada é ainda mais envolvente. A letra é bem traduzida com a parte que diz "... e ao descobrir quem você é, o amor vem me buscar a pé, tem mais de onde vem, os versos dessa nossa história fazem um refém...", remete a um amor que está distante mas que há a certeza que tudo conduz para que irá dar certo. Não podia deixar de mencionar do trecho cantarolado em assobio, uma tentação até para o Rei Julian kkk. Muito boa a música e foi merecidamente a escolhida para nomear o álbum.

Nova suingueira - Outra música inspirada no rock dos anos 70, porém está numa levada mais dançante me lembrando até um pouco aquelas músicas da Jovem Guarda que tocam em algumas festas tipo baile de formatura.

Oi do mar irremediável - Introdução com uma bateria eletrizante mostrando que será uma música bem marcante. A letra fala sobre a irremediável morte, na qual ninguém consegue escapar.

Não chora - Música mais lenta do disco, levada no teclado cantada de forma grave com a guitarra fazendo sons distorcidos estilo "surf music", a letra fala de sentimento de carinhos por uma pessoa, mas trabalhada em rimas inteligentes "... não posso te ver chorar, sou afluente do seu olhar, deixa a correnteza levar a tristeza pro mar...".

Campo de batalha - Para fechar o álbum uma letra sensacional. Acredito que ao escrever essa música foi pensado em algo como uma crítica sobre as "regras" que a sociedade impõe para uma pessoa, exigindo diversas obrigações e deveres. Numa segunda parte ele diz que na verdade cada um tem que ser o que é melhor pra ele. "...se todo mundo diz que é assim, melhor eu inventar um mundo novo..." na minha opinião melhor letra do disco, aquelas que fazem a gente refletir sobre as coisas. 

Bom isso foi minha análise do cd dessa banda que gosto muito. Não sou músico nem tecnicamente tão conhecedor assim do assunto, mas sou um amante alucinado por um bom som e principalmente de rock e sua diversidade de misturas. 

Wellington Schettini

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